O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira (13) o início da operação militar “Lança do Sul”, apresentada pelo secretário de Guerra, Pete Hegseth, como uma ofensiva contra “narcoterroristas” que, segundo ele, ameaçam a segurança do país. Embora o local exato da operação não tenha sido divulgado, ela será conduzida em coordenação com o Comando Militar do Sul, responsável por ações no Caribe e na América Latina.
A iniciativa ocorre enquanto Washington intensifica o envio de embarcações e aeronaves militares para o entorno da Venezuela, movimento que o governo de Nicolás Maduro classifica como preparação para uma possível invasão. Em publicação na rede X, Hegseth afirmou que a missão busca defender o hemisfério ocidental e “proteger a pátria das drogas que estão matando nosso povo”.
O Comando Sul já havia mencionado, em janeiro, uma operação com o mesmo nome, destinada ao uso de sistemas robóticos para detectar e monitorar o tráfico ilícito. Agora, o anúncio vem acompanhado de um reforço militar expressivo. Nesta semana, a Marinha americana confirmou a chegada do maior porta-aviões do mundo, o USS Gerald R. Ford, à região, com a promessa de apoiar ações contra organizações criminosas transnacionais.
O grupo de ataque do porta-aviões se soma à ampla presença militar dos EUA no Caribe, onde operam navios de guerra, caças, helicópteros de operações especiais e aviões bombardeiros. Nos últimos dois meses, as forças americanas atacaram mais de 20 embarcações no Caribe e no Pacífico, deixando mais de 70 mortos em ações direcionadas a grupos classificados como narcoterroristas.
Os ataques começaram pouco depois de Washington dobrar para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levem à prisão ou condenação de Maduro, acusado pelos EUA de liderar o Cartel de los Soles, apontado como organização terrorista internacional. Nesse contexto, autoridades americanas afirmam que o presidente venezuelano pode ser tratado como alvo legítimo em operações contra cartéis.
A revista The Atlantic informou recentemente que Maduro estaria disposto a negociar sua saída do poder, desde que recebesse anistia e garantias de segurança para viver no exílio.
Fonte: G1

