Novos e-mails divulgados por democratas do Comitê de Supervisão e Reforma da Câmara dos Representantes dos EUA apontam que Jeffrey Epstein escreveu que Donald Trump sabia de seus crimes sexuais. As mensagens, trocadas entre 2011 e 2015, foram obtidas a partir do espólio do empresário e envolvem comunicações com Ghislaine Maxwell e o autor Michael Wolff.
Em um dos e-mails, Epstein afirma que Trump passou horas em sua casa com uma das vítimas. Em outro, diz a Wolff que “é claro que ele sabia das garotas”, referindo-se ao republicano como candidato à Presidência. “Quero que você perceba que aquele cachorro que não latiu é o Trump. [A vítima] passou horas na minha casa com ele, e ele nunca foi mencionado”, escreveu.
Epstein também pediu conselhos a Wolff sobre como reagir às declarações de Trump sobre a amizade entre os dois em entrevista à CNN. O escritor teria sugerido que ele “deixasse o presidente se enforcar sozinho”.
O congressista Robert Garcia, membro sênior do comitê, disse que “quanto mais Trump tenta esconder os arquivos, mais descobrimos”. Segundo ele, as correspondências levantam “questões sérias sobre o que mais a Casa Branca pode estar ocultando e sobre a natureza da relação entre Epstein e o presidente”.
O caso deve ser retomado pela Câmara dos EUA após o recesso, com possível votação para liberar novos documentos. Em setembro, o comitê já havia divulgado outros papéis do caso Epstein, incluindo uma carta trocada entre ele e Trump com um diálogo considerado inapropriado sobre mulheres. O bilhete trazia uma assinatura semelhante à de Trump, mas a Casa Branca negou a autenticidade, chamando o material de “falso”.
Após as revelações, a rede NBC noticiou que Trump ordenou silêncio absoluto sobre o tema dentro da Casa Branca, determinando que qualquer menção ao caso passasse antes pelo escritório de comunicações do governo.
O Wall Street Journal também informou que o Departamento de Justiça teria comunicado ao presidente, em maio, que seu nome aparece entre os citados nos arquivos de Epstein — algo que, segundo o jornal, não implica necessariamente envolvimento em irregularidades. O governo reagiu chamando a notícia de fake news.
O caso Epstein voltou ao centro das atenções em julho, após o Departamento de Justiça reafirmar que o empresário cometeu suicídio em 2019 e negar a existência de uma “lista de clientes”. Epstein havia sido condenado por exploração sexual de menores e era conhecido por seu círculo de amizades com políticos, empresários e celebridades.
Fonte: CBN

